Cláudia


Apresentação



O tema da nossa reportagem é a evolução da mulher no mercado de trabalho. Os nossos objetivos são observar como essa evolução aconteceu e como as mulheres estão incluídas no mercado de trabalho atualmente.

Iremos entrevistar três mulheres de faixas etárias diferentes para nos mostrar esse progresso desde antigamente até hoje.

As entrevistadas são:

Idosa: Marlene Rosa Caseiro Silveira, que tem 66 anos e é dona de casa;
Meia-idade: Ana Maria Silveira Marques, que tem 44 anos e é administradora e vendedora;
Jovem: Natanna Junqueira Leal, que tem 22 anos e está no último ano de enfermagem na UEL.




Entrevistas


Ana Maria Silveira Marques
44 anos
Administradora e vendedora

Pergunta: O que ou quem influenciou na escolha da sua profissão?

Resposta: Várias coisas, primeiro que eu tenho duas profissões. A primeira, que é minha primeira formação é enfermagem e o que influenciou sempre foi a necessidade de cuidar das pessoas, o gosto de cuidar, de estar junto, de fazer alguma coisa boa para quem está em desconforto, uma pessoa doente é uma pessoa que precisa de cuidado e de conforto, além da sua melhora, o conforto físico e uma contribuição muito grande para que ela se recupere melhor. Então cuidar das pessoas sempre foi uma vocação para mim, por isso minha primeira formação é enfermagem. Hoje eu trabalho com projeto, com vendas, com decoração de interiores, o que influenciou essa minha profissão? Porque eu mudei? Foi uma necessidade material, necessidade financeira. Eu precisei começar a trabalhar muito rápido e na época eu tinha que fazer uma reciclagem em enfermagem e eu não tinha tempo para fazer essa reciclagem para retornar ao mercado de trabalho. E eu tive a oportunidade de trabalhar numa loja, por morar num condomínio fechado, onde o acesso era restrito, isso me deu o privilégio de poder ocupar esse cargo. Eu sempre tive facilidade para desenhar, para me comunicar, o problema é que eu tinha que vender, eu nunca tinha vendido, achava vender uma coisa meio esquisita. Depois, eu vi que vender era fazer o bem, era cuidar também, era fazer o que as pessoas precisam e às vezes elas nem sabem que precisam, eu que tinha que descobrir o que a pessoa precisava para sua casa, para aquele espaço que ele tinha. Então, consequentemente, projetar e vender acabou sendo uma profissão de sucesso para mim e tem tudo a ver também com cuidar e estar atento ao que as pessoas precisam.

Pergunta: Qual o papel da mulher na família?

Resposta: O papel da mulher principal eu acho que eu tive o privilégio de poder usufruir. Primeiro, a mulher é o alicerce da família, por mais que o homem seja o sustento, a mulher é a que está sempre perto dos filhos, é a cuidadora mesmo, eu acho que o principal é esse, o principal papel. Bom, inicialmente eu tive a oportunidade de ser isso para minha família e para os meu filhos, eu fiquei cinco anos só cuidando das filhas, cuidando da casa. E depois, quando eu precisei trabalhar eu comecei a fazer o segundo papel, que não é o principal, que é de apoio financeiro, apoio no sustento, dessa provisão. Porque hoje também, a vida é diferente e os custos também são diferentes e as necessidades são maiores. Então hoje eu faço esse segundo papel que muitas mulheres tem também como principal, que é de prover o sustento da família ou auxiliar nessa provisão.

Pergunta: Você sofreu algum preconceito no seu trabalho, pelo fato de ser mulher?

Resposta: Não, no meu trabalho eu não sofri, porque esse trabalho é bem feminino, tem tudo a ver com a mulher, com atenção, o sentido, a delicadeza, o cuidado, como eu disse antes. Então, na minha profissão, ser mulher só ajudou, sem problema nenhum.

Pergunta: A mulher progrediu no trabalho?

Resposta: Progrediu muito, a mulher é muito capacitada, muito inteligente. Mas ao mesmo tempo em que ela progrediu no trabalho, eu acho que, muitas vezes, ela regrediu em casa, na família, tem muita coisa acontecendo e eu mesma, se não cuido, eu deixo o trabalho tomar conta e deixo a família um pouco de lado, às vezes, me deixo tomar conta pelas necessidades. Então, ao mesmo tempo em que a gente progride, que a gente é capaz, a gente acaba, muitas vezes, algumas mulheres como eu disse eu mesma, a gente acaba deixando um pouquinho o que é mais importante, na minha opinião, para mulher que é a família, o cuidado com os filhos, essa dedicação que é insubstituível.




Marlene Rosa Caseiro Silveira
66 anos
              Dona de casa
 


Pergunta: Por que você escolheu ser dona de casa? E você já pensou em ter outra profissão?
Resposta: Eu escolhi ser dona de casa, porque eu achava muito importante casar e ter filhos e cuidar dos meus filhos, da minha casa e do meu marido. Eu me realizei com esse desejo.
Pergunta: Qual é o papel da mulher na família?
Resposta: Ela tem um papel muito importante. Primeiro, acompanhar o marido, conviver bem com o marido, conduzir os filhos, educar os filhos e todo o trabalho da casa também. A responsabilidade é da mãe. Eu me realizei nesse projeto de vida, até hoje eu gosto de ser dona de casa, mãe, esposa e hoje sou avó também. Eu também gostava muito de fazer a roupa dos meus filhos, além do trabalho da casa, eu era muito jovem, mas eu era muito criativa. Então as crianças vestiam a roupa que eu mesma costurava, com muita alegria.
Pergunta: A mulher progrediu no trabalho?
Resposta: Sim. Hoje, tudo mudou. É diferente da minha época, na realidade de hoje, a mulher precisa sair de casa para enfrentar o trabalho, porque hoje as coisas são difíceis. Estudar os filhos, conduzir os filhos, tudo hoje é mais difícil do que na minha época. Então eu admiro as mães que saem e continuam sendo as mães exemplares e as esposas que ajudam o marido com o seu trabalho. Eu admiro muito e parabenizo essas mães que tem essa tarefa, essa dedicação.


Natanna Junqueira Leal
            22 anos
             Último ano de enfermagem na UEL  

Pergunta: O que ou quem influenciou na escolha da sua profissão?

Resposta: Eu sempre quis um curso na área da saúde e eu já conversei com várias enfermeiras antes de escolher enfermagem e eu fui eliminando algumas que eu não me identificava. Mas o que me ajudou muito foi uma ex-estudante da UEL que agora já é enfermeira e foi através dela que eu me apaixonei pela profissão e escolhi realizar o curso de enfermagem. Mas nunca pensei no financeiro pra escolha dessa profissão.

Pergunta: Qual o papel da mulher na família?

Reposta: O papel da mulher na família é de auxiliadora, o que muitas vezes hoje a gente não vê, a gente vê mais a mulher como líder do lar, cada vez mais no papel de liderança do lar e na verdade esse papel é do marido, no caso o homem.

Pergunta: Você acha que sofrerá preconceito no trabalhar pelo fato de ser mulher?

Reposta: Na minha profissão, eu acho que não. Pelo fato de ser predominantemente feminina.

Pergunta: A mulher progrediu no trabalho?

Resposta: Eu acho que a mulher vem progredindo cada vez mais na sociedade e assumindo papéis de liderança, por um lado isso é bom, por outro, eu acho que ela tem deixado a família em segundo plano.


Mulher no mercado de trabalho

Tudo se iniciou com as I e II Guerras Mundiais quando as mulheres tiveram que assumir a posição dos homens no mercado de trabalho. Com a consolidação do sistema capitalista no século XIX, algumas leis passaram a beneficiar as mulheres. Mesmo com estas conquistas algumas explorações continuaram a existir. Através da evolução dos tempos modernos as mulheres conquistaram seu espaço. As estatísticas apontam que há mais mulheres do que homens no Brasil. Mostram também que elas vêm conseguindo emprego com mais facilidades e que seus rendimentos crescem a um ritmo mais acelerado que os homens. Mesmo com todas estas evoluções da mulher no mercado de trabalho, ela ainda não está numa condição de vantagem em relação aos homens, pois continua existindo muito preconceito e discriminação, mas principalmente desigualdade salarial entre homens e mulheres.


Uma pesquisa do Grupo Catho, feita em fevereiro de 2005, com 62.477 empresas, revela um contínuo crescimento da participação das mulheres no mercado de trabalho. As mulheres já representam 16,75% dos presidentes; 21,91% dos diretores; 25,64% dos gerentes; 37,11% dos supervisores e 48,32% dos encarregados.


             O gráfico mostra a evolução da presença de homens e mulheres no mercado de trabalho entre os anos de 1940 e 2000.







Conclusão

Antigamente a maioria das mulheres era dona de casa, não tinha nenhuma profissão além dessa e se quisesse exercer alguma outra profissão, sofria preconceitos. Porque somente os homens trabalhavam, as pessoas acreditavam que as mulheres eram incapazes.

              Mas a mulher evoluiu muito. Hoje em dia, as mulheres estão exercendo todos os tipos de profissões, até as profissões que antes eram consideradas “de homem”. Ainda há preconceitos, mas a mulher conseguiu se posicionar. Muitas mulheres recebem salários maiores do que de muitos homens.

              O problema é que muitas mulheres acabam dando mais importância ao trabalho do que à família, que é colocada em segundo plano. E a figura da mulher como boa mãe e boa esposa foi se perdendo. Porém, muitas mulheres conseguem um equilíbrio entre família e trabalho, o que é mais recomendável.

Nenhum comentário:

Postar um comentário